"Eu preciso de fazer isto para conseguir dormir a noite:” Extinction Rebellion vai lançar a Greve Mundial de Fome no dia 18 de Novembro
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Rebeldes do Canadá, República Democrática do Congo, Alemanha, Suécia, Espanha, Holanda, Austrália, Reino Unido, Turquia, Estados Unidos, entre outros países vão fazer uma greve de fome: vão parar de comer.
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Bilhões de pessoas estão em risco de morrer de fome por causa do colapso imediato climático e ecológico.
Terra, 6 de November 2019 - A seguir a uma rebelião global que mobilizou milhares de pessoas em desobediência civil, rebeldes do clima do mundo afora vão parar de comer em uma greve de fome, no dia 18 de Novembro, para demandar que os governos do mundo ajam em relação a emergência climática e ecológica que ameaça o colapso da civilização humana e a possível extinção da nossa espécie. Nós vamos entrar em uma greve de fome porque nós já estamos encarando a morte diariamente.
Mais de 100 rebeldes em vários países vão se força a passar fome como parte da Greve Mundial de Fome da XR. Mais de três décadas de petições, protestos, telefonemas têm sido ignoradas pelos nossos governos enquanto as emissões de gases de estufa continuam aumentando. Nossos líderes nos abandonaram enquanto a crise climática aumenta com cada dia que passa. Então é com corações pesados que vamos nos negar as nossas necessidades básicas, na esperança de que nossos corpos vão soar o alarme.
Giovanni Tamacas, um aluno americano de 20 anos de idade e coordenador internacional com a Greve Mundial de Fome, disse: “Nós estamos fazendo greve de fome porque não temos escolha. Nós estamos sendo levados a nossa morte. Governos gananciosos e corporações têm falhado catastroficamente e criminosamente em lidar com a emergência climática. Nossos governos de curta visão e curto prazo são sistematicamente corruptos o demasiado para impedir a fome em massa, o colapso da sociedade e a extinção humana. Por isso que estamos demandando uma assembleia de cidadãos para criar uma transição justa para toda a humanidade.
Em agosto, Tamacas fez uma greve de fome sozinho que durou 10 dias. Ele fez isso na frente da Casa Branca e isso inspirou muitos a fazerem a greve com ele este mês.
“Eu chorei. Eu senti uma frustração extrema e fome e emoções esmagadoras de tristeza” disse Tamacas. “Mas, no final do dia eu lembrava pelo que que eu estava lutando e isso me permitiu continuar.” A mãe de Tamacas é do Vietnam e o seu pai de El Salvador, países que estão sofrendo muito por causa do colapso climático.
Christina Dithmar, de 16 anos de idade, também vai participar com a XR Alemanha, “eu não quero fazer greve de fome. Eu estou completamente ciente dos riscos que esta ação traz e também ciente de que sou de fato jovem demais para fazer uma greve de fome completa. No entanto, não vejo nenhuma oportunidade. Eu não quero deitar na minha cama chorando, me sentindo desamparada, e não levada a sério.”
Fazer greve de fome é historicamente um ato profundamente pessoal de último recurso. Foi usado por Mahatma Gandhi no movimento de independência da Índia, Marion Wallace Dunlop no movimento sufrágio feminino, prisioneiros americanos protestando o confinamento solitário, os estudantes de Tiananmen Square, entre outros movimentos. Os grevistas vão ser suportados fisicamente e emocionalmente por suas comunidades de rebeldes companheiros.
A ameaça à segurança mundial dos nossos alimentos é enorme. Por milhares de anos a agricultura humana tem evoluído em um clima estável e com variedades nas condições meteorológicas. O aquecimento global agora está mudando a balança das condições atmosféricas que permitem o crescimento de colheitas para suportar bilhões de pessoas. As previsões atuais são de secas mais ferozes, tempestades mais fortes, ondas de calor mais frequentes, incêndios florestais e oceanos mais ácidos. A Organização de Comida e Agricultura das Nações Unidas reporta que 820 milhões de pessoas já sofrem de fome. A disrupção em massa da agricultura iria pôr em perigo a vida de bilhões de pessoas. Nossa greve de fome vai simbolizar a fome que está agarrando o mundo hoje e ameaçando consumir o mundo, a não ser que fizermos ações rápidas e transformativas.
A crise climática também está forçando milhões de pessoas a migrarem dos seus lares ancestrais, por causa que a água está ficando escassa e a desertificação está secando as terras agrícolas. O Banco Mundial estima que a destruição do clima pode forçar mais de 140 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas durante os próximos 30 anos em três dos lugares mais densamente populados do mundo — África sub-Sahara, Ásia do Sul, e a América Latina.
Para piorar a crise, os governos do Oeste provaram que são incapazes de lidar com a imigração em massa, sucumbindo ao racismo extremo, o nacionalismo e propulsionando demagogos ao poder. Governos e instituições no Sul Global, Europa e nos Estados Unidos estão sendo de-estabilizados por uma fração pequena dos refugiados do clima que ainda estão por vir.
Os grevistas da Extinction Rebellion vão se forçar a passar fome por uma semana para forças os governos a confrontarem a crise e por em prática as três demandas da rebelião.
Primeiro, governos devem declarar uma emergência climática e ecológica e precisam de dizer a verdade sobre a enormidade da crise. Em segundo, os governos devem agir agora para impedir a perda de biodiversidade e reduzir as emissões de gases estufa para zero-líquido até 2025. E em terceiro lugar, cada país deve criar uma assembleia de cidadãos para manejar e garantir uma transição justa para nossos novos modos de vida.
Nós reconhecemos que o que estamos fazendo não é nada comparado com a morte pela fome verdadeira que 10 por cento da população mundial encara diariamente. Nós temos o privilégio de podermos escolher quando a comida vem as nossas bocas. Por isso, fazemos isto em solidariedade com comunidades no Sul Global que estão sendo forçadas a passar fome. Fazemos isto em solidariedade com prisioneiros, migrantes e pessoas de cor que fazem greve de fome como um último recurso contra a opressão sistemática. Fazemos isto em solidariedade com aqueles no Sul Global que foram pioneiros desta tática e continuam usando este último recurso incrivelmente poderoso para se libertarem das manilhas da depressão, apatia e opressão. Nós meramente fazemos parte de uma tradição de resistência não-violenta.
Os grevistas vão fazer as suas ações em localizações simbólicas no Canadá, na República Democrática do Congo, Alemanha, Itália, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos e em outros países. Em adição às três demandas fundamentais da XR, alguns países talvez terão suas próprias demandas.
A Greve Mundial de Fome é inspirada nos grevistas da XR que recentemente agiram com sua própria greve na Itália. Em outubro, 15 grevistas italianos conseguiram um encontro com O Ministro Italiano do Meio-Ambiente. Em agosto, um rebelde italiano, Filippo Guerrini, forçou a prefeitura de Bologna a aceitar todas as três demandas principais da rebelião, fazendo a prefeitura de Bologna a primeira autoridade do mundo a fazer isto.
Sofia Borén, de 19 anos de idade, na Suécia, também vai parar de comer este mês. “Qualquer fome que eu possa experienciar será uma brisa comparado com a dor emocional e psicológica com que eu acordo todos os dias. Eu preciso de fazer isto para poder dormir a noite. Eu preciso de poder olhar no olho das crianças de amanhã e dizer, ‘eu fiz tudo que eu pude.’ Eu preciso de fazer isto, para poder viver,” disse Borén.
“Nós estamos fazendo greve de fome para conquistar justiça ecológica e conseguir acesso aos direitos das terras das comunidades locais. Pedimos aos Acionistas Indústrias para impedir a propagação do carbono e impedir o desflorestamento das nossas florestas,” disse Jeremie Bamenyirwe, de 32 anos de idade, que participa da rebelião com a XR da República Democrática do Congo.
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For more information please contact the XR Global Hunger Strike press team:
Nick Brana: [email protected]
Miles Amoore: [email protected]
For more information from any of the countries involved, including how to cover the hunger strikes in your country, please contact:
Canada: Sarah [email protected]
Democratic Republic of the Congo: [email protected]
Germany: Chittranjan [email protected]
Italy: Guerrini [email protected]
Sweden: Sofia [email protected]
United Kingdom: [email protected]
United States: Giovanni [email protected]
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